Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT)
Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT)

Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT)

 

O Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) é uma condição mental que pode se desenvolver após a vivência ou testemunho de um evento traumático. Isso inclui situações como guerras, desastres naturais, abusos, acidentes graves, assaltos, perdas violentas ou experiências que representaram risco à vida.

Diferente do estresse comum, o TEPT é persistente e pode comprometer de forma significativa o funcionamento emocional, social e profissional do indivíduo.

1 Sintomas mais comuns

Os sintomas do TEPT geralmente se dividem em quatro grupos:

Revivescência do trauma

Esse é um dos aspectos mais marcantes e debilitantes do TEPT. A revivescência é a experiência intensa e involuntária de reviver o trauma como se ele estivesse acontecendo novamente. Ela pode ocorrer de diversas formas, como:

Flashbacks: são episódios súbitos em que a pessoa sente que está de volta à situação traumática. Pode haver perda de consciência do tempo presente, como se estivesse “preso no passado”. Pesadelos recorrentes: o trauma invade o sono da pessoa, causando sonhos perturbadores, muitas vezes repetitivos e angustiantes. Memórias intrusivas: lembranças dolorosas que surgem de forma repentina e persistente, mesmo quando a pessoa tenta evitá-las. Reações emocionais e físicas intensas diante de gatilhos: sons, cheiros, imagens, lugares ou até frases que remetem ao trauma podem provocar reações como taquicardia, sudorese, pânico ou crises de choro.

 2 Evasão e esquiva

Após vivenciar um trauma, muitas pessoas desenvolvem estratégias inconscientes para evitar qualquer coisa que possa relembrar a dor. Essa evitação é uma forma de autoproteção, mas no TEPT, ela se torna intensa e persistente, prejudicando a qualidade de vida e o convívio social. As manifestações mais comuns da evasão e esquiva incluem: Evitar conversas sobre o trauma, a pessoa não quer tocar no assunto, nem ouvir ninguém falar sobre o ocorrido. 

Supressão de pensamentos e sentimentos: a pessoa tenta “empurrar para longe” qualquer memória, emoção ou sensação ligada ao evento traumático. Porém, esse esforço constante de controle mental gera ainda mais exaustão emocional. Essa esquiva constante, embora pareça aliviar a dor no curto prazo, na verdade impede a elaboração saudável do trauma, mantendo a ferida aberta e viva.   O Transtorno de estresse pós-traumático em muitos casos, a pessoa não percebe o quanto essa tentativa de se proteger está, na verdade, aprisionando-a em uma vida limitada e desconectada. A boa notícia é que, com tratamento, é possível reconstruir a segurança e enfrentar essas memórias com apoio e acolhimento, sem o peso da culpa ou do medo para evitar lugares, pessoas ou pensamentos relacionados ao ocorrido.

Alterações cognitivas e emocionais também podem ocorrer, sentimento de culpa, vergonha, raiva, dificuldade de sentir alegria, perda de interesse por atividades antes prazerosas. Insônia, irritabilidade, sustos exagerados, dificuldade de concentração.

 

O impacto na vida da pessoa

O TEPT pode afetar profundamente a qualidade de vida. As relações pessoais e profissionais se tornam frágeis, a pessoa pode se isolar e apresentar comportamentos autodestrutivos. Além disso, é comum que o transtorno venha acompanhado de ansiedade, depressão e, em alguns casos, uso abusivo de substâncias.  Quando não tratado, o TEPT pode transformar o cotidiano em um campo de batalha silencioso, onde a pessoa luta constantemente para manter-se funcional, segura e emocionalmente estável. A dificuldade de confiar, a irritabilidade, o medo constante e a sensação de estar emocionalmente “desligado” comprometem os vínculos afetivos. Amigos e familiares muitas vezes não compreendem o que a pessoa está vivendo, o que pode gerar afastamento, solidão e sentimentos de incompreensão ou rejeição.

Fatores de risco

Nem todas as pessoas expostas a um trauma desenvolvem TEPT. Fatores que podem aumentar a vulnerabilidade incluem:

  • Histórico de outros transtornos mentais
  • Falta de rede de apoio emocional
  • Traumas repetidos ou prolongados
  • Vivência do trauma na infância

 

Tratamento e esperança

O TEPT tem tratamento, e a recuperação é possível. As abordagens mais eficazes incluem:

Psicoterapia – a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) é uma das mais indicadas.

Terapias com foco no trauma, como a EMDR (Dessensibilização e Reprocessamento por Movimento dos Olhos).

Medicação, como antidepressivos, quando necessário.

Apoio espiritual e comunitário, para quem encontra conforto na fé e nas conexões sociais. É importante destacar que buscar ajuda não é sinal de fraqueza, mas de coragem. Reconhecer a dor e se permitir cuidar dela é o primeiro passo para a cura.

Reflexão final

O trauma pode deixar marcas profundas, mas não precisa definir o restante da vida. O TEPT é uma ferida emocional real, mas com apoio e tratamento, é possível restaurar a esperança, reencontrar o sentido da vida e voltar a viver com dignidade. “A dor que você sente é válida. Mas a ajuda que você aceita pode ser o início da sua cura.”

Por Jailson Melo.

 

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